2.12.16

HQ Verde e Amarela

Uma das coisas que mais aprecio no quadrinho independente nacional é a cor. Dos lançamentos dos últimos anos, ela nunca decepcionou. Comprei uma de super-heróis em molde americano (terrível, não sei por que comprei) e as cores estava excelentes. Comprei pseudomangá europeu (pode isso?) e gostei muito, mas as cores estavam impecáveis. Funcionalismo público sobrenatural:, abriu mão da policromia para usar uma única cor além do preto e funcionou muito bem. Comprei um gibi que me lembrou muito Repeteco e nossa! E muitos outros. Estão de parabéns.

Isso me veio à mente vendo os gibis de uma nova editora americana, a Black Mask. Até agora nada que se destacasse pelo roteiro ou arte, mas as cores... As cores são uma merda. Dão a clara impressão de um gibi de segunda categoria. Algo claramente feito sem muita reflexão ou cuidado.

Falamos muito no roteiro e nos temas, mas acho que o maior salto dos quadrinhos nos últimos trinta anos foram as cores e a impressão. Para mim, é praticamente impossível ler uma hq de linha antiga em scans ou na publicação original da época. As linhas indefinidas, as retículas enormes e vazando me agridem.

Claro, existem exceções que contornaram as limitações tecnológicas ou as abraçaram. Acho o trabalho feito em Watchmen, com aquelas cores secundárias nojentas, excepcional. E amo as cores dementes da primeira colorização de A Piada Mortal (a segunda versão, muito realista, não me agrada tanto). Sem falar em American Flagg.

Então, quadrinistas, pense bem se não vale mais a pena ficar no preto e branco ou nos tons de cinza em vez de cores porcaria!

Um comentário:

Rodolfo S. Filho disse...

Entre os títulos da Black Mask, descobri um com as cores muito apropriadas - embora não sejam muito flashy: 4 Kids Walk Into a Bank.